A CRISE DE 1929
Para entendermos a crise de 1929, ou Grande Depressão é necessário entender alguns conceitos elementares de economia.
CRISE DE 1929
Economia - Noção básica
Economia é o conjunto de
atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o
consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida.
Economia Capitalista é a organização
das atividades econômicas por meio do mercado, baseada na propriedade privada e
na qual a grande maioria das transações é mediada pelo dinheiro.
Em 1929 o modelo de
produção era capitalista
As principais causas da
Crise de 1929 foram:
- · manutenção
do ritmo acelerado da produção norte-americana, desprezando a dinâmica do
consumo;
- · concessão
de crédito sem nenhuma garantia de retorno do dinheiro emprestado;
- · especulação
financeira;
- · falsa
sensação de prosperidade, que camuflava a real situação financeira do país.
A Crise de 1929 foi a
maior crise econômica da história dos Estados Unidos e do capitalismo, causada
pela superprodução da indústria norte-americana, falta de regulamentação da
economia, excesso de crédito e especulação na Bolsa de Valores. Essa crise fez
com que milhares de empresas falissem e milhões de trabalhadores perdessem os
seus empregos.
Resumo sobre a Crise de
1929
A Crise de 1029 foi a
maior crise econômica da história do capitalismo.
Foi causada pela
superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha
de especulação.
Teve início com a quebra
da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929.
Fez com que milhares de
empresas falissem e milhões de trabalhadores ficassem desempregados.
O principal produto do
Brasil a ser afetado foi o café, produzido principalmente para ser exportado.
Contexto histórico da
Crise de 1929
A década de 1920 ficou
marcada como a que deu início à maior crise econômica da história dos Estados
Unidos e do capitalismo. Entretanto, antes dessa crise de grandes proporções,
essa década havia se destacado como um período de euforia e de prosperidade sem
limites na memória norte-americana.
Nos Estados Unidos, a
década de 1920 ficou conhecida como roaring twenties, termo que foi traduzido
para o português como “loucos anos vinte”. Essa expressão foi usada para
definir o clima da sociedade norte-americana na década de 1920. Isso porque os
Estados Unidos viviam um ciclo de prosperidade jamais visto na história do
país.
A economia norte-americana
estava em crescimento desde antes da Primeira Guerra Mundial, mas com o término
do conflito, os Estados Unidos assumiram indiscutivelmente a posição de maior
potência econômica do planeta. Isso porque o país prosperou bastante com a
guerra, não tendo sido atingido pelo combate.
Assim, a indústria
norte-americana passou a ser responsável pela produção de grande parte das
mercadorias que eram consumidas no planeta. Além disso, o país tornou-se credor
das nações europeias que se recuperavam da guerra. Isso significa que os
Estados Unidos passaram a importar mercadorias e a emprestar dinheiro em
grandes volumes para a Europa, principalmente.
O avanço da economia e da
indústria norte-americana estabeleceu o que ficou conhecido como american way
of life, o “modo de vida norte-americano”. Esse modo de vida era baseado em um
alto consumo de mercadorias, muitas delas desnecessárias. Entre os principais
bens consumidos na época estavam os eletrodomésticos.
Essa euforia fez com que a
indústria norte-americana começasse a produzir mercadorias desenfreadamente,
sem se importar se o mercado teria condições de absorvê-las. Além disso, o
clima de entusiasmo econômico também fez com que os bancos passassem a realizar
uma grande quantidade de empréstimos, sem se atentar se haveria retorno e
também sem regulamentação sobre estes.
Por fim, a excitação
econômica incentivou milhares de pessoas a investirem o seu capital em ações na
Bolsa de Valores. A grande quantidade de pessoas investindo em ações fez com
que o valor destas disparassem, reforçando a sensação de prosperidade.
Causas da Crise de 1929
Levando em conta esse
contexto, alguns pontos podem ser destacados em relação aos fatos que motivaram
a Crise de 1929:
·
aumento
da produção sem que o mercado pudesse absorver as mercadorias produzidas;
·
realização
de um elevado número de empréstimos;
·
falta
de regulação sobre as transações;
·
recuperação
da economia europeia;
·
especulação
monetária.
Vamos entender esse
cenário. Primeiramente, o aumento da produção norte-americana não foi
acompanhado por medidas que permitiriam a absorção dessas mercadorias. No
pós-guerra, boa parte delas eram consumidas pelo mercado europeu, mas a
recuperação econômica da Europa fez com que a demanda por produtos
norte-americanos diminuísse.
Além disso, havia um fato
importante no próprio território norte-americano. Os trabalhadores do país,
isto é, consumidores em potencial, não obtiveram conquistas salariais. Assim, o
poder de compra dos trabalhadores continuava o mesmo e, naturalmente, eles não
tinham condição de consumir tudo o que era produzido.
Ademais, a quantidade de
crédito que estava sendo disponibilizada esbarrou em um fator: muitos não
pagaram os empréstimos que haviam pedido. As mercadorias empacadas e o calote
nos bancos afetaram a euforia do mercado e suas consequências chegaram à Bolsa
de Valores de Nova York.
No dia 24 de outubro de
1929, o clima de desconfiança fez com que 12 milhões de ações fossem colocadas
à venda. Isso colocou o mercado em pânico, e o quadro se manteve no dia 28,
quando 33 milhões de ações foram colocadas à venda. No dia seguinte, 29 de
outubro de 1929, a bolsa quebrou e o valor das ações despencou.
Imediatamente, ações que
valiam milhares de dólares passaram a valer absolutamente nada, e diversas
empresas norte-americanas que tinham o seu capital investido na Bolsa de
Valores foram à falência. Muitas das empresas que não faliram perderam parte de
seu patrimônio e precisaram demitir funcionários.
As demissões aumentavam à
medida que as empresas iam falindo. Tudo isso fez com que os empréstimos dos
bancos não fossem pagos. Além disso, o pânico criado por essa situação fez com
que milhares de pessoas fossem aos bancos sacar seu dinheiro para se
resguardar. Isso levou centenas de bancos à falência, pois todos os fundos
foram retirados pelos clientes.
Consequências da Crise
de 1929
Com a Crise de 1929,
milhões de norte-americanos perderam os seus empregos e as suas casas, sendo
obrigados a viver na rua.
A quebra da Bolsa de Nova
York deu início ao período da Grande Depressão. De 1929 a 1933, os Estados
Unidos viveram o pior momento da crise econômica. Porém, a partir de 1933, uma
gradual recuperação começou a acontecer no país. De forma geral, os efeitos da
Crise de 1929 foram sentidos até meados da Segunda Guerra Mundial.
Entre as consequências da
Crise de 1929 destacam-se o enorme número de falências que aconteceram nos
Estados Unidos, além do aumento exponencial na taxa de desempregados no país. O
desemprego nos Estados Unidos saltou de 4%, antes da crise, para 27% da
população depois da quebra da Bolsa de Valores.
O PIB do país diminuiu, a
quantidade de importações e exportações teve decréscimo, a produção industrial
foi reduzida e o salário dos trabalhadores decaiu. Além disso, os efeitos da
Crise de 1929 não ficaram restritos aos Estados Unidos e se espalharam por
diferentes países, sobretudo os europeus.
Lá na Europa, o número de
desempregados aumentou consideravelmente, e as consequências da crise econômica
serviram de impulso para o crescimento de movimentos totalitaristas, como o
nazismo, na Alemanha, o fascismo, na Itália.
Os efeitos da Grande
Depressão só começaram a ser contornados a partir de 1933, quando o governo
norte-americano implantou o New Deal (Novo Acordo), um programa de intervenção
do Estado na economia. O objetivo desse programa era reaquecer a economia dos
Estados Unidos. Entre as ações realizadas, destaca-se, por exemplo, a criação
de obras públicas para garantir emprego aos cidadãos norte-americanos.
Crise de 1929 no Brasil
Aqui no Brasil, o maior
impacto da Crise de 1929 se deu nas exportações que o país realizava. O Brasil
era o grande produtor internacional de café e os Estados Unidos eram o maior
consumidor desse produto brasileiro. Com a crise, o movimento do café
brasileiro empacou, pois o volume das importações norte-americanas foi reduzido
drasticamente.
Assim, o preço do café
despencou no mercado internacional. Os cafeicultores pressionaram o governo
brasileiro para que uma ação fosse tomada em relação a essa situação. Em 1930,
Getúlio Vargas assumiu a presidência e decidiu que o governo compraria as sacas
de café dos cafeicultores e as queimaria.
Assim, o Brasil assumiria o prejuízo dos cafeicultores e ainda destruiria o café para garantir o preço da mercadoria no mercado internacional. Além disso, foi criado um órgão responsável por cuidar dos negócios do café no Brasil. Esse órgão ficou conhecido como Conselho Nacional do Café..
Comentários
Postar um comentário